sábado, 2 de maio de 2009

Cheia de nada


Por Florbela Espanca



"Amar! Eu quero amar, amar perdidamente!


Amar só por amar: Aqui... além... Mais


Este e Aquele, o Outro e toda a gente


Amar! Amar! E não amar ninguém!


Recordar? Esquecer? Indiferente!...


Prender ou desprender?


É mal? É bem?


Quem disser que se pode amar alguém


Durante a vida inteira é porque mente!


Há uma Primavera em cada vida:


É preciso cantá-la assim florida,


Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!


E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada


Que seja a minha noite uma alvorada,


Que me saiba perder... pra me encontrar..."




"A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O quadro é único, a moldura é que é diferente".